13 de março de 2007

[Comportamento] Autoridade e Educação

Até uns 40 anos atrás, mais ou menos, a educação era praticada com uma autoridade inquestionável. Podemos dizer que os pais – tanto quanto os professores – exerciam essa autoridade pela coerção e não havia problema pessoal ou social algum a esse respeito. Esse tipo de autoridade era uma idéia compartilhada por todos, exercida com convicção, portanto. Nesse esquema, o tapa como estratégia educativa fazia todo o sentido.
De lá para cá, as teorias da educação, da psicologia, da pedagogia, bem como as diversas mudança sociais e políticas trouxeram a idéia de uma educação menos repressora e mais centrada nos educandos. O respeito à criança e ao jovem passou a fazer parte dessa nova concepção.
O autoritarismo passou a ser rejeitado, portanto. Ocorre que, em busca de um modelo de autoridade diferente, caímos em uma cilada: passamos a exercer a autoridade pela persuasão em substituição à coerção. Em resumo: buscamos a adesão dos mais novos à educação que praticamos. Vamos convir: o discurso do convencimento funciona bem na publicidade, mas na educação não tem o mesmo efeito. E o tapa, nesse novo esquema, surge quando a persuasão não funcionou, não é verdade? Não há coerência mais desse recurso com o modelo adotado tampouco com o estilo de vida pretendido.
Uma coisa é inegável: é preciso ter autoridade para educar. Nosso problema atual é esse: como construir um tipo de autoridade que não seja coercitiva, mas que também não dependa do convencimento de quem está sendo educado, já que isso não se consegue o tempo todo?
Precisamos refletir sobre os limites das crianças e jovens e a relação com a autoridade exercida pelos pais e professores.

Nenhum comentário: