23 de novembro de 2006

[Notícias] Mais pobres aumentam consumo em 11%, diz pesquisa

As classes D e E (com rendimento médio de até quatro salários mínimos, ou R$ 1.400 mensais) consumiram 11% mais nos quatro anos do governo Lula, segundo o estudo "O Consumo na Era Lula", da LatinPanel, empresa de pesquisa de consumo domiciliar.Além disso, houve uma migração de classes. Neste ano, 2,15 milhões de famílias das classes D e E ascenderam para a classe C. Os dados da LatinPanel mostram que em 2005, cerca de 44% das famílias situavam-se nas classe D e E. Em 2006, este número caiu para 39% dos domicílios pesquisados.
O aumento de consumo dos mais pobres se deu por vários indicadores. As classe D e E ampliaram de 21 para 27 o número de categorias da cesta de compras padrão (aquela realizada regularmente pelas famílias), comprou 11% mais em volume e aumentou em 35% o gasto médio com produtos das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza, entre janeiro de 2003 e agosto de 2006.
Os dados foram coletados a partir do acompanhamento semanal da cesta de compras de 8.200 famílias brasileiras nos últimos quatro anos.

Comparação
Segmentando a avaliação, as classes D e E foram as campeãs do consumo. O volume médio consumido pelas famílias de baixa renda foi o que registrou maior expansão: 11% contra 8% registrados nos lares de classe C e 5%, nos lares da classe A e B.
Essa expansão do consumo teve impacto em várias frentes. O número de categorias que compõe a cesta padrão nos lares de baixa renda saltou de 21 para 27, com 29% de expansão entre 2002 e 2006.
Passaram a integrar a cesta padrão das classes D e E sucos em pó, massas instantâneas, caldos para tempero, esponjas sintéticas, extrato de tomate, salgadinhos, leite longa vida e maionese.
"Além de ampliar o número de categorias, houve uma sofisticação da cesta de consumo na baixa renda", diz Margareth Utimura, diretora comercial da LatinPanel e coordenadora do estudo, segundo nota divulgada pela LatinPanel.
O consumo de produtos práticos (prontos para consumo/uso) na cesta de alimentação é outro indicador que mostra o novo perfil de consumo da Classe DE. Em 2002, dos gastos com alimentos, 24% eram destinados a este tipo de produto. Em 2006, saltou para 28%. O consumo de produtos tidos como não básicos também sofreu expansão. Os gastos, nesse caso, subiram de 29%, em 2001, para 33%, em 2006.
Segundo o levantamento da LatinPanel, a força do consumo popular está fortemente concentrada no Norte/Nordeste, onde cerca de 66% da população é das classes D e E.
A segunda maior população de baixa renda está no Centro Oeste (47%). Em seguida, vêm as regiões Leste (Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo), grande Rio, Sul, interior de São Paulo e grande São Paulo.

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